Pequenas palavras partidas… pois sentir não é mostrar. “Dar não é sentir, é morrer em paz”…em paz! Como o cachimbo do Gabriel O Pensador… também sem ser entendido, na paz.
Sentir é sentir. É como uma dor, como uma lufada de ar fresco na cara ou até como um sorriso “roubado”.
Toco guitarra com duas cordas partidas, com espaço para uma delas. Com espaço para ti.
Recordo os velhos tempos… e tornam-se fáceis sem deixar entrar, sem deixar sair. De mim.
Hoje serei conduzido por ti. Irei procura-te onde só te sabes esconder…podes-te perder mas chegas sempre ao teu esconderijo. Teu e meu.
Parece uma tourada, sabes? Parece um senhor com um pano na mão, sempre a pisar o risco e com o risco sobre ele. Não é um, são dois…dois riscos em jeito de cruz, tal e qual a que carrego com se fosse cristão, como se fosse crente. Tal e qual o X.
Agora um beijo e volto. Um beijo e volto como no monopólio até à casa de partida. Até ao inicio de tudo. Um beijo, um sabor, uma recordação. Uma imaginação e tanto de ti.
Olha, pode ser ali perto da areia como da última vez. Como se fosse um fotógrafo a dizer mais para a direita, chega para o meio ou tens que flectir assim. A última das últimas em que não estávamos em nós. A duas vozes. Em dois pedacinhos ficamos. Ou a tal viagem para te levar a uma procissão. Não escondida essa.
Era de dia, lembraste? Tão dia como se eles ainda estivesse com poucas horas. A mover-se na cama a espreguiçar-se. E não me vês.
Posso ir agora?
Deixas-me ir para onde vim? De onde fui?
Sobre a minha pele. Esburacada. Sob a minha pele. E eu nem sei porquê.
Cuidado com os vizinhos… eras capaz de dizer. Desliga o carro, não faças barulho, desliga as luzes ou coloca a música mais baixo. Deita-te ao rio nessa caravela sem boiar.
Estou todo vestido de fado. Com a voz mais aquecida, mais rouca, mais gasta como os cabelos que me cobrem.
Tudo o que disseste um dia está cá, palpável, marcado. Sob a pele, sobre a pele…
Sim, capitão! Sou a sombra de mim mesmo. Sou o preto reflectido na calçada.
Seguro-te nas minhas mãos. Deixo-te a beijar o sol que bate em ti como sorriso que trazes.
Vem com cuidado. Vem devagar. E não me fales da revolução. Fala-me antes de ti. Dos belle and sebastian… The foolish boy that I am…
E sabes, já falaste tanto e até parece que não te ouvi. O que vale é que eu vi que sou capaz. Aparece assim. Aqui, ali. Aparece. Porque trago a solidão na minha voz e calo-a a cantar!
Com diz o dito popular…”a saudade mais do que um crime, é um castigo!”
"Um contra o outro"
Há 14 anos