É uma e trinta e um da manhã. Podia esta ser uma hora qualquer.
Passei por aqui, penso eu. Passei por ti. Vagueaste no meu pensamento.
Fui ali, disse-te sem saberes a realidade do meu coração.
No rádio, a música da Mafalda Veiga “não te quero largar mais”.
Na estrada uma linha com traços, um traço numa linha. E um carro com publicidade à minha frente. Diz isso que pensas, numa junção de nós dois.
Ali em frente um sinal, e mais uma ao lado mas em breve chego até onde me propus ir. Tão só estou perto do sonho, tão só estou aqui ao lado do que queria.
Num dia mais claro dir-te-ia alguma coisa, banal é certo, mas era capaz de o fazer. Agora páro. Penso. Reflicto. E não digo.
Sabes, deixo-te escrito neste portátil especial de apenas ecrã, neste em que nem preciso de luz da vela para escreve nem tão pouco da caneta que poderia rebentar num dia de sol. Escrevo mesmo aqui ao lado do mar, mesmo a sentir o cheiro característico numa noite que encobre a lua.
Ao longe, e só para ficar escrito, espero o vício do teu toque, o toque num vício meu. Ao longe, canto só para me ouvires e beijo-te para me sentires. De longe, chamo-te para não me ouvires e vivo-te nestas palavras escritas com uma “lanterna” que é o ecrã.
Olha, vamos andar de mãos dadas e num passeio imaginário sorrir como se a lua nos beijasse a face. Vamos caminhar lado a lado e sair daqui.
Sabes onde estou? Sabes onde estamos? Na tua praia, a tal praia onde um dia nos sentamos apenas a reflectir o olhar, o nosso, numa manhã especial.
Agora largo-te a mão e deixo-te ir… e escrevo num papel que nunca mais vais voltar, caso algum dia me esqueça. Vai e não te esqueças do meu nome para ti… That´s not my name! Chama-me sempre teu!
"Um contra o outro"
Há 14 anos
1 comentário:
O "nunca" talvez seja demasiado incerto para o usares com uma certeza tão grande como se a controlasses...a vida é uma bola que dá demasiadas voltas!!
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