terça-feira, 6 de setembro de 2011

um golo mais.

Eu esperei e acima de tudo consegui aprender a esperar. Eu soube aguardar e tu deste me a mão.
Este pensamento não me sai da cabeça. Não fica marcado na pele, sente-se nela.
É a verdade que nos cruzamos. Que chefiaste o pouco de mim, que me ensinaste tanto de ti. Que aprendi a admirar-te, que te olhei com desdem como se eu não fosse capaz. Ensinaste-me que era. Ensinaste-me que sou.
Se eu não olhasse para ali, para aqui ou para acolá olharias tu para me dizer, vias tu como se fosses os meus olhos, como se tivesses aprendido alguma coisa comigo, como falar rápido!
Ensinaste-me a ser. Mais do que tudo, ensinaste-me a ser. A acreditar. A saber viver. E ainda falta tanto, sabes? Ainda falta tanto para eu aprender a ser, a viver, a comtemplar.
Quantas vezes te pedi a "bola" e tantas foram sem ser em sentido metafórico. Quantas vezes pedi oportunidade para "marcar um golo" e atirava sempre ao lado. Quantas vezes me ouviste dizer que desta vez o penalti não falho e acabo sempre por atirar por cima, para bem perto do céu onde nos observam? Quantas, sabes dizer?
E foram tantas vezes que a revolta tomou conta de mim, contra mim. E outras tantas me explicaste o que fazer, até o que pensar, como agir... como poder marcar.
Eu esperei que um dia chegasse a minha vez. Lutei por essa vez, lutei "fintando" adversários, jogando com "chuva", com o terreno elameado ou até lutando com o amor no meu peito, cravado não me deixando "correr" como devia... e por duas vezes, só duas, joguei com o terreno limpo, em plena forma! Na primeira estraguei o "terreno de jogo", rebentei balizas, tirei as marcas do campo deixando um rasgo bem fundo no campo que mais gostava. No terreno perfeito.
Na segunda assististe muito mais perto. Estava na bancada. Aplaudias de pé cada "toque na bola", cada "desmarcação", cada "passe a rasgar a defesa", cada "corte providencial"... e o "golo" que marquei, estavas tu na "bancada" com um sorriso de orelha a orelha a dizer "agora sim, boa..."
Sabes o que aconteceu, não sabes? O "trio de abritragem" disseram que estava "fora de jogo" quando até tinha partido antes do meio campo... erro, erro crasso... mas fiquei fora da jogada que deu "golo" e do empate até à derrota foi um instante...
A primeira parte, essa já passou... acreditas, assim como eu, que na segunda darei a volta ao "jogo". Seja ele qual for, seja contra quem for...
És das poucas pessoas que na "palestra" diária me incentiva, me demonstra que é possível, me faz acreditar que sou capaz de voltar a marcar... e lentamente vou aprefeiçoando a finalização.
Obrigado por seres quem és. O "líder" da claque, o "irmão" no balneário, o amigo na fé que tens em mim...
E assim ensinas-me todos os dias!




http://youtu.be/5JdvNRNu4PA

1 comentário:

Bruno Marques disse...

A vida acaba por ser um jogo. É preciso saber jogá-lo. Uma vezes melhor, outras pior, com falhanços e golos marcados. Tudo faz parte.

E no meio disto tudo é bom poder partilhar contigo estas vivências, é bom sentir-te desse lado, sendo certo que estarei também deste lado.

Não sei se sou tudo isso que escreves. Sei apenas que estou e estarei aqui. A aplaudir na bancada, a dar instruções a partir do banco, a fazer assistências dentro do terreno de jogo. A aplaudir e a festejar em todos os golos. A confortar e encorajar na hora dos falhanços.