(com uma fita na cabeça)
Coloco os óculos. “Bíblia” na mão, tão minha e que podia desvendar mais e mais e mais que gostarias de saber.
A barba de quatro dias. Podia ser de três, ou de cinco mas foram apenas quatro que me deixaram rude na expressão. E deixo que ela caia. E deixo que as minhas mão ajeitem o casaco que cobre o que não vês. E nem tão pouco sentes o frio.
Deixa as folhas cair no pedaço que é teu.
Deixa o dia nascer como em Londres, como fazem os filmes crer.
O bombo da bateria a bater, o relógio que não pára e a corda a deixar o infinito dizer presente…
O Outono a cair e tu a ressurgires no inverno.
A paisagem invisível. O abstracto calculado no tua mão.
O anel colocado, de quando em vez, de vez em quando.
Um gorro colocado. Um cachecol à cinta. A calma aparente que a azafama traz e deixa ser saboreada como o frio constante.
Abro a caixa, entro no autocarro e levo-te até à paragem mais próxima onde sairemos os dois só para nos apoiar-nos no chão que gostamos tanto. No que pisamos a sorrir.
O sorriso que transmite orgulho. A sobra que não se vê. A azafama que parece lenta ao sabor dos dias, ao sabor do ritmo que acalma.
Deixo cair os auriculares, deixo que o mundo torne a mudar. Que o ritmo seja diferente. Que os sorrisos são raros.
Sabes… tu que me lês! O que é bom sentir, o quanto é!
Se te deixei ficar é porque te deixei ir.
1 comentário:
Como eu gostava de te perceber...:)
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