De sorriso em sorriso como se estivesses a saltar de nenufar em nenufar.(Felizmente os elefantes não saltam senão poderiam afundar os belos dos nenufares!)
Olho em redor e vejo uma nova vida. Novidades em tudo, olhares reflectidos nos vidros cheios de nada e com tanto para dar. As flores afinal crescem rapidamente e os passaros continuam a fazer os sons de sempre com que me acordam.
Nota-se que há um cansaço, nota-se que há um brilho perdido no teu olhar.
Salto com o megafone. Grito enquanto salto. Salto enquanto te vejo lá em baixo.
Com o vento fui ao Estoril, passei pela Nazaré e parei no Paçô olhando ao redor e admirando a paisagem. Voei. E tu voaste comigo do Norte até ao Sul. Estava tudo protegido. Estavamos protegidos contra tudo e tudos, contra nós mesmos.
Foram emoções guardadas num grito descrito em que o megafone foi o único cúmplice. Mas tu também lá estavas e tiveste medo. Medo de saltar, medo de ser apanhada pela rede dos pescadores. Não te condeno.
Tenho saudades.