terça-feira, 9 de novembro de 2010

Cenouras

Hoje estive perante uma plateia de cerca de 100 miúdos, entre os 12 e os 15 anos, a apresentar as actividades que se fazem numa associação a que pertenço. São actividades de ar livre como canoagem, montanhismo, rappel, caminhadas e o objectivo da palestra foi promover hábitos de vida saudável. Correu muito bem. De uma forma geral, todos os miúdos vêm com bons olhos a ideia de descer por uma corda, ou trepar ao cimo de uma montanha…

Houve, no entanto, duas intervenções que me deixaram atónita. Um dos rapazes perguntou qual era o prémio para o 1º classificado. Lá lhe expliquei que não havia…Desapontamento… Para ele, só vale a pena investir se a recompensa for material. A outra pergunta surgiu quando expliquei que estava ali voluntariamente, sem compensação monetária. “Então qual é a sua motivação?”. Estou aqui porque gosto. Não chega? Pela reacção, tenho a certeza que, nesse momento, em mim, se viam antenas e uma estranha cor verde…

Isto preocupa-me…não por ser sintoma de uma educação que menospreza os valores que nos tornam humanos. Não! Preocupa-me por causa das cenouras! As cenouras!!! Chegarão? É que o futuro vai ser povoado por gente que só corre com uma à frente! Não será melhor dedicarmo-nos à agricultura?

3 comentários:

Bruno Marques disse...

A pergunta é pertinente. :) Acho que sermos competitivos e lutarmos para ganhar qualquer coisa não é mau. Devemos ter essa vontade de ganhar.

Quanto à compensação monetária e à motivação, concordo um pouco mais. Não é só o dinheiro que conta. Longe disso. Mas tem também a ver com a tenra idade. Digo eu...

Sandra Alves disse...

O problema aqui não é ser ou não ser competitivo. Não duvides que eu, quando vou à luta é para ganhar. :) O problema são as razões que nos fazem correr...

Causas? tenra idade, respondes. será? Olha para o lado. Quantas pessoas de "tenra idade" vês? :(

Bruno Marques disse...

Eu também sou competitivo. Muito. :P

Quanto à tenra idade refiro-me só à situação em particular.